João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Ontem, filosofando na mesa do buteco, ouvi de um amigo especial a expressão "o jeito que ela mexe no cabelo"e não sei porque esse detalhe me fascinou tanto. Como um eco no meu cérebro,estou até agora pensando sobre isso:o tecnicolor do amor...Martelando aqui dentro, quando fui que observei que seus olhos são de tal cor?Que fala pausadamente quase que como poesia para os meus ouvidos?Que ele me dizendo "calma" é a melhor coisa do mundo?Que se veste de uma forma que me deixa fascinada?
O detalhe é o que define.Essa transição é linda...Quando alguém passa a ser "o alguém"...A pessoa não precisa ser bonita para nos chamar a atenção.Apenas a existência daquela pintinha naquele lugar já é o suficiente para nos deixar encantados. Isso é bonito, a sutileza das emoções, dos pensamentos e dos atos.
Ah, se fosse fácil! Queria ter um chá mágico para fazer tudo ficar lindo e apaixonado. Um antídoto para as coisas ruins, o poder violeta da transmutação. Pixie Dust para deixá-lo fascinado como eu.Queria aprender a escrever em braile para ver se ele consegue ler tudo o que eu sinto...
Infelizmente, não tenho esse poder todo e nem ao menos sei como fazer isso.Queria pegar o telefone e percorrer com meu dedinho até a letra de seu nome e apertar na tecla verdinha...Dizer um tímido "oi". Perguntar que horas chegará. Tomar um banho e depois cobrir a pele de hidratante cheiroso. Vestir uma roupa confortável para poder abraçá-lo bastante.
...
Não posso, não posso, não posso. E essa impossibilidade toda congela meu coração e faz meu canal lacrimal trabalhar bastante.
....
Gabito me inspirou muito hoje.
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