sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

The end is the begining...

Desde que eu tinha uns, ah, sei lá, doze anos e era doida por Ramones, eu faço listas no final do ano.Gosto de, ao final de cada ciclo, verificar o que mudou. Este 2010 tinha tudo para ser um ano horrível (mas acho que ninguém vai conseguir tirar este título de 2009) - mas, sinceramente, foi "O" ano da minha vida. Fiz tantas coisas legais e algumas até inimagináveis... Aprendi a curar feridas (ou ao menos colocar um curativo para não doer tanto assim). Aprendi que posso ir além. Aprendi a ser mais mulherzinha.Aprendi que também posso ser uma wonderwoman. Mudei tanto que até compro roupa rosa (!!!).Deixei me levar por sentimentos bons.Liguei o "foda-se" várias vezes. Me acabei no dancefloor do Beco. Participei de reuniões importantésimas no trabalho.
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Sim, este post é totalmente egocêntrico.
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MÚSICA DO ANO: sem dúvida, mas sem dúvida mexxxxmo, "The Suburbs" do Arcade Fire. E em segundo lugar, por razões que só o meu coração conhece, "11th Dimension" do Julian Casablancas.Esta, por sinal, é toque do meu celular.
VIAGEM DO ANO: caralho, acumulei milhas e milhas em 2010. Eua, Europa, São Paulo, Santa Catarina e Buenos Aires. Indiscutivelmente, a viagem para Buenos Aires foi a melhor! Não, não estou louca. Todas as trips do ano foram EXCELENTES, mas BsAs com a Lisi teve um significado muito especial.
FESTA DO ANO: prêmio dividido entre a festa-eletrônica-muito-louca que eu fui em Glasgow na Escócia  e uma " Só o Beco salva" por aí...
SHOW DO ANO: rá, quite impossible... Acho que o Paul leva o troféu - e tudo o que aconteceu depois da noite no Beira Rio!Franz Ferdinand também estava ô oro! Planeta Terra então...Chorei de felicidade. Éam, ano de shows bons - e ainda teve o Moby.Não posso esquecer do Vanguart!
PESSOA DO ANO NA MINHA VIDA: Bea, for sure!
ACONTECIMENTO DO ANO: uma quarta de inverno mucho loca no Shamrock, super fazendo a Lady Gaga dentro do carro depois das pints de Guinness.
DECEPÇÃO DO ANO: sim, acho que não preciso nem falar, ainda dói...
COMPRA DO ANO: my new car!
SURPRESA BOA DO ANO: meu telefone tocando dizendo que eu tinha sido promovida.

Hum, acho que é isso...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dezembro é sempre a mesma coisa e eu não consigo parar para relaxar e escrever. Nos próximos dias quero postar as minhas lists do ano, coisa que adoro fazer desde guriazinha...

sábado, 4 de dezembro de 2010

A minha (e não só a minha) opinião

Recebi um mail da newsletter do PSOL com textos muito interessantes - dos quais destaco um para ilustrar o que eu penso dessa confusão toda que aconteceu no Rio de Janeiro dias atrás. Sinceramente, eu acho que foi um palhaçada, tudo combinado e que os verdadeiros patrões do tráfico estão bem mais seguros que nós.
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Já recebi várias críticas por pensar assim, MAS vou continuar a pensar da mesma forma!
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A Guerra do Rio: A farsa e a geopolítica do crime


Segurança Pessoal e Direitos Humanos
José Cláudio Souza Alves   
Qua, 01 de dezembro de 2010 12:32
Operação na Vila Cruzeiro termina com nove mortos, seis feridos e 14 presos (Rio, 15/04/2008)
Operação na Vila Cruzeiro termina com
nove mortos, seis feridos e 14 presos
(Rio, 15/04/2008)
Nós, que sabemos que o inimigo é outro, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar. Achar que as várias operações criminosas que vêm se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes,  é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão. O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos. De um lado, Milícias aliadas a uma das facções criminosas; do outro, a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.  Exemplifico. Em Vigário Geral, a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica. Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de "segurança". Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos. Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônicos na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente o local, etc. Assim, em vez de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein e, depois, viu a farsa da inexistência de dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo? Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas. Justificar massacres, como o de 2007, às vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, na qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias, é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico. Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência; afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que os sustenta. A farsa da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual a paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua  nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros. Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas nas quais permanece operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto, com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas de execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos esquecemos que sua única finalidade é a hegemonia do mercado do crime no Rio de Janeiro?  Mas não se preocupem.  Quando restar o Iraque arrasado, sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade. Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o  Bope passarem.
25/11/2010
José Cláudio Souza Alves é sociólogo, Pró-reitor de Extensão da UFRRJ e autor do livro: Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência na Baixada Fluminense.